Na pequena particularidade
de existir,
Tenho um mundo e uma lua
E são livres todos os incluídos.
Nos incluídos, sou um vitorioso
e bem-sucedido ninguém,
E sou livre de partir,
dividir e querer:
Quero ser aquele que não
pode voltar atrás,
Ainda que por um momento,
E recordar a exuberante
ausência de som,
Sem sentir o fervilhar interior
E ímpetos de revoltas latentes
Dos ensejos de entranhas exteriores.
Para isso deixei cair o estético belo
E as caminhadas do «tudo igual»;
Assim como, a usura do tempo finito,
E a coerência da conclusão,
Que continua aqui, a servir.
Sirvo a enfermidade dos
abraços,
Abraço o mundo e a lua
E todos somos incluídos se
formos livres.
Os outros incluem mínguas de
pluralidade,
Que orbitam ciclos de «enquanto…»,
«durante…» e «até que…»
Limpo afluentes espontâneos de um arbítrio paralelo,
Que nada de mim pretende e a mim não se prende.
As sementes das minhas palavras
são nuvens
E com essas minhas nuvens construí
um barco.
Com o meu barco cruzo os
céus inesperados
E nos meus céus constato que
mal existo.
Por isso, semeio e planto
esperanças no ar e no mar:
Observa-as, sente-as, respira-as;
Que te leguem alento.
Pelo menos agora, existe um pouco mais de mim;
Ao menos, agora, que não há mais nada,
Podemos compor um novo fim.