sexta-feira, 29 de março de 2013

Quero ser aquele que não pode voltar atrás





Na pequena particularidade de existir,
Tenho um mundo e uma lua
E são livres todos os incluídos.
Nos incluídos, sou um vitorioso e bem-sucedido ninguém,
E sou livre de partir, dividir e querer:

Quero ser aquele que não pode voltar atrás,
Ainda que por um momento,
E recordar a exuberante ausência de som,
Sem sentir o fervilhar interior
E ímpetos de revoltas latentes
Dos ensejos de entranhas exteriores.
Para isso deixei cair o estético belo
E as caminhadas do «tudo igual»;
Assim como, a usura do tempo finito,
E a coerência da conclusão,
Que continua aqui, a servir.

Sirvo a enfermidade dos abraços,
Abraço o mundo e a lua
E todos somos incluídos se formos livres.
Os outros incluem mínguas de pluralidade,
Que orbitam ciclos de «enquanto…», «durante…» e «até que…»

Limpo afluentes espontâneos de um arbítrio paralelo,
Que nada de mim pretende e a mim não se prende.
As sementes das minhas palavras são nuvens
E com essas minhas nuvens construí um barco.
Com o meu barco cruzo os céus inesperados
E nos meus céus constato que mal existo.
Por isso, semeio e planto esperanças no ar e no mar:
Observa-as, sente-as, respira-as;
Que te leguem alento.
Pelo menos agora, existe um pouco mais de mim;
Ao menos, agora, que não há mais nada,
Podemos compor um novo fim.



8 comentários:

  1. Feliz Páscoa, amigo!
    Que seja doce em afetos e que se renove o que de melhor existe em cada um de nós.
    Beijinho e parabéns pelo poema lindo.

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  2. não sei se é bom voltarmos atras, continuar em frente ou viver o mo0mento, mas quando mantemos os sonhos vivos tudo pode acontecer.
    uma boa Páscoa
    beijinhos

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    1. Acredito que a nossa vida está associada à vida e a renovação dos nossos sonhos.
      beijinho

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  3. voltar atrás nem sempre.

    mas, devemos seguir sempre em frente.

    gostei do poema e a foto até me fez lembrar as minhas.

    um beijo

    :)

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  4. Henrique,
    Gosto da delicadeza das suas palavras que trajam o seu poema.

    Ana

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    1. Quero que as palavras façam alguma coisa, que toquem de alguma forma, benigna. Obrigado, Ana!

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