quarta-feira, 27 de março de 2013

na margem ou entre as linhas





por vezes gosto de sentir o vento norte
ignorar a díade de reciclagem de sentenças
rumar num perder de vista e de avenças
sair da explicação do significado da sorte
e ir com qualquer predicativo oferecido
na qualidade positiva de um perdido
com um sorriso plasmado em recorte

acutilar a calma com um punhado de drama
terminação de braços pendidos sem cio
e abismo envolvente que não nasceu vazio
um pouco de corpo chama
ninguém vê ou acredita
numa demanda que crepita
e instinto que proclama

fica o meio na expectativa da espera
a questão refreada numa dor redundante
o elemento assertivo circundante
de uma luz coada pela primavera
num ramo de alfazema
e será para sempre este o dilema
o peculiar ou o filosófico que prospera


8 comentários:

  1. A imagem sugere ruptura e o poema é todo um desejo rumo a coisas novas ou uma maneira de senti-las diferente, sair do habitual.
    Muito bonito _
    gosto muito do 'acutilar a calma com um punhado de drama...'
    Grandes momentos de inspiração Henrique
    parabéns e desejo uma boa Páscoa.

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  2. De uma sensibilidade ímpar!

    Uma boa Páscoa, Henrique.

    Beijinho

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  3. Alfazema... Sinto o perfume e com ele me despeço com um beijinho. Votos de uma Páscoa Feliz!

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  4. a terra por vezes só precisa de ser regada,linda a tua escrita
    beijinho

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