Este silêncio, que responde à tarde sem nada e ao céu
curvo
de cor-de-laranja de admiração, está cheio de gente. Espantosas
pessoas que se alimentam de recordações doces do toque
calmo
da mão do sol-poente, ou se esquecem de partilhar o
deslumbramento
e o êxtase irresistível. Como se tudo se passasse com
outros ou no sítio
onde admiravelmente não estão e o instante não ficasse
cada vez mais
longe de qualquer um. Por dentro choram, como se
perdessem alguma
pessoa de família, e por fora sorriem, como se encontrassem
a melodia
oficial de uma qualquer íntima, minuciosa e indizível glória
amorosa.
Ou sou eu, carregado de ramos invisíveis de árvores
imaginárias e à janela,
que, sem expressão, não vejo a assinatura do alvoroço de intenções
amáveis.
[massivo]
E no silêncio de cada um, carrega-se tanto... pronto a dizer...
ResponderEliminarUma belíssima inspiração, que nos lembra que nem tudo será exactamente como nos parece... se apenas virmos a superfície das coisas... situações... pessoas...
Beijinhos
Ana