quarta-feira, 15 de março de 2017

Não saias pela margem


O ulmeiro abrolha com urgência. 
Sente-se-lhe a ressurreição e a impaciência; 
as emanações das intenções materiais de uma antecipação 
de primavera numa primeira imagem imaterializada, 
contudo, sem o tom profético, mas com o tom de uma absoluta certeza 
que quase fere de morte qualquer ensejo de guerra. 
Não encontro o fio condutor que me conduziu à parte mais nobre do ulmeiro, 
onde eu confiro essa revolução de paz, da qual provo a sua surpresa límpida 
que liberta as palavras das ameaças e as isenta dos delírios dos aracnídeos 
que tentam prender-nos os braços de ar. 


 [massivo]



1 comentário:

  1. Um poema... com um fio condutor... muito bem tecido...
    Já imagem de marca, por aqui!...
    Gostei imenso! Beijinhos! Desejando-te desde já um óptimo final de semana!...
    Ana

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