A chuva reimprime os pequenos espelhos onde se reflecte,
nos intervalos, a afeição da
lua, sem argumentos adicionais.
Vê: os sentimentos,
mais do que meras palavras, ostentam
a singularidade e a
pluralidade das mesmas letras obstinadas,
mas abandonam os
simulacros de sinais de um passado de
ruídos, de
tormentas de silêncio e de protestos de caminho.
Não sei se perdi,
algures, o caminho tomado no início, ou se
esse caminho
entroncou, naturalmente, neste, onde agora
me encontro. Sei
que o outono deu lugar ao inverno e que
os seus dias já
estendem os ramos azuis, numa determinada
atitude
revolucionária de luz e de conquista de espaço à noite,
à sua parte visível,
para cobrir a terra com o meu verde diurno.
Conheço estes
pássaros nocturnos que, felizes, abraçam os meus
olhos. Mas deixemos
o céu, trago na pele o mar que tirei da gaveta.
[massivo]
Mais um poema belíssimo e profundo... como o próprio mar...
ResponderEliminarE mais um dos meus preferidos por aqui!...
Beijinhos
Ana