O mar, arrepiado, que já viu tantas histórias
e que se move por necessidade, vai encurtando
a solidão da praia num abraço que a diminui.
Ou melhor, que a inclui perfeitamente em si,
como se a reclamasse como coisa sua, apenas
sua, na decisão de amar a laguna, que já teria
tomado, já lhe teria dado o acto misericordioso
de ria absoluta e definitiva, não fosse o pavor
da memória humana ter depositado várias
toneladas de álibis na duna que se extinguia,
que perdia a memória em rudes prestações,
na imensidão decisiva de areia de inconsciências
obsoletas e irremediáveis, que durarão mais
do que as fotografias digitais de uma indiscrição.
Junto, saberá a mortalidade por quê, tudo isto,
na mesma pasta imaterial do amor, em memória.
[massivo]
Bonito. Muito.
ResponderEliminarAveiro no teu coração.
Beijos, Henrique :)
Uma bonita declaração de amor... pela tua cidade... materializada no teu poema...
ResponderEliminarGostei imenso! Beijinho!
Ana