quarta-feira, 22 de março de 2017

Forma elementar


O meu amor analógico na parte biológica do poema. Sinto frio, 
uma gripe de palavras improváveis que desenterram o que eu 
quero esquecer. Agarro-me, com firmeza, à frieza retórica 
dos números à procura de um pouco de calor. E conto baixinho, 
conto para mim, conto para não pensar em mais nada, 
para permanecer na parte de fora de um qualquer sentido 
que me possa colher da ausência que é esta paz de abstrair 
a mente da impaciência dos números, das palavras, das imagens, 
até adquirir a forma elementar e transparente da brisa que te abraça. 


 [massivo]



1 comentário:

  1. Quando o corpo está ali... e a alma noutro lado... mas ainda assim tentamos iludir os sentidos... acabando por conseguir reuni-los na forma mais elementar... um poema...
    Por sinal... de qualidade excepcional, como sempre!
    Beijinho! Virei amanhã espreitar os restantes posts, que me escaparam nestes últimos tempos, por aqui...
    Ana

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