quarta-feira, 10 de outubro de 2012

E hoje… (XLII)


     ... Juntas e comissões. Um comité administrador de emoções, outro de sensações, um distinto para os afectos. Todos com várias pastas. Mais cargos e encargos.

     Fica, porém, uma súmula de silêncio sobre o regaço, como uma pena rara, bonita, de ave; como uma prenda antecipada. A nota periférica da ria, de uma paisagem com muita margem para explanar completamente a observação, a fantasia e um cumprimento, rematada por uma atmosfera húmida, a tornar-me invisível, parte da neblina metódica.

     Sereno, o sereno, embora frio, a convidar-me para um chá.


11 comentários:

  1. Verniz Negro11/10/12, 01:03

    Desejo-te uma noite calma e bom descanso. Adorei essa "imagem" que deixas plantada na minha cabeça. "...Um comité administrador de emoções, outro de sensações, um distinto para os afectos Todos com várias pastas. Mais cargos e encargos."
    Quase revi em nós como pessoa (e em cada um de nós) lá dentro, uma banda a tocar. Um comité de boas vindas. Sorrisos e laços e sobretudo paz! Sinceridade, carinho, amizade e tudo o que são sensações e faria um mundo melhor para nós ( e cada um como pessoa) quase como uma festa dentro do nosso âmago e mais nada que harmonia. Flores, perfume, a ria também e o rio, o mar. Era tão bom poder ser assim tão simples e belo!!! Beijinho amigo.

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    1. Em criança imaginava/fantasiava, muitas vezes, que dentro de cada um de nós viviam uns pequeníssimos seres, que, para além das suas vidinhas, também influenciavam e podiam coordenar as nossas vontades/pensamentos, as acções motoras... Dentro deles também existiriam outros pequeníssimos seres e assim sucessivamente. Claro que nós também estávamos nessa cadeia, fazíamos parte dela, e, com os nossos actos, pensamentos e sentimentos, também influenciávamos outros seres, maiores do que nós. [:)]

      Obrigado!
      Beijinho

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  2. a vida convida a momentos de introspecção, somos mesmo uma caixinha cheia de pastas, umas devemos fechar outras abrir, escolher as que nos fazem sentir melhor frente a uma chávena de chá, ainda que com pouca visibilidade na margem lindíssima da ria.
    beijinhos

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    1. Esses momentos são necessários, são fundamentais, para mim. É curioso como as pastas ganham ou perdem visibilidade, entre outras pastas, e clareza ou nebulosidade, com o tempo, dentro de si (pastas).
      Beijinho

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  3. Será que fantasiavas em criança ou tinhas a noção da realidade é que na simplicidade das crianças estão as verdades que perdemos quando crescemos, eu ainda sinto essas vozes barulhentas sempre a brigarem umas com as outras, são os nossos quereres, as vontades, os sentimentos e tantos como eu lhes chamo ( bichinhos barulhentos que povoam a minha mente).
    beijinhos

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    1. Perdi muita dessa simplicidade e a que restou aparenta estar desfasada, ainda assim.
      Beijinho, Luna!

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  4. Frui e recomendo!

    Estou num dia complicado: constipada, saturada... Também quero um chá.

    Isto nem é um comentário ou é em parte.

    Um beijo.

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    1. Por partes:

      Obrigado!

      Nesse caso, constipação, cansaço, dores (talvez): Sai um chá de anis estrelado (ou estrela-de-anis). Parece-me adequado.

      Sobre o comentário, o que escreveste é um comentário, na sua totalidade, perfeitamente válido.

      Beijinho

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  5. Por mim, resolvíamos o assunto, mais pasta ou menos, na próxima sexta-feira, na Praça do Peixe, com jantar incluído ou não, com cerveja, vinho ou assim, e com a moderação, se ela quiser aparecer (e convém que apareça!).
    Um abração!
    PC Rocha

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    1. Ah! É possível que a neblina se adense, mas depois passa...

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    2. Nesse caso, e se a acção tiver desenvolvimento, será conveniente deixar as pastas bem guardadas, ainda que com a presença indispensável dessa tal de «moderação». Essas «neblinas» não são companhias muito aconselháveis ou boas conselheiras. Eh! Eh!
      Um grande abraço

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