quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Posso

Gravemente nativo,
Posso mostrar as erupções basilares
De uma alegria basáltica
Que brota da natureza,
Bruta,
Mas de alma esclarecida;
Expor o contentamento
E elucidar o nem sempre,
O nem nunca,
O nem nada,
O nem mais
E a descrença no redutor.

Não sou a soma de tudo o que sobre mim pintas.
Posso descrever, feliz,
A encosta agreste e ermada da vida genérica
Onde pousei as crateras da minha,
Preenchidas pelos alforges lisos da loucura;
Onde, também, desabrido corre o vento
Animador de insanidades
E despojador de alardes;
Onde, vestido de poeta,
Ainda absorto,
Sem aptidão ou existência para coisa alguma,
Plantei árvores autóctones
Que ninguém aparenta entender;
Onde «acessível» se compreende,
E é um destino, sempre, simples,
Criticamente despido,
Porque não pára e não podemos parar
Num corpo e mente em unidade críptica.

Posso, mas não imponho.

9 comentários:

  1. Não te vestes de poeta, és poeta!
    Bjks

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  2. vestimos-nos de tantas coisa que nem pensamos aos olhos dos outros, aos nossoa olhos quando pensamos nos conhecer despimo-nos, enfrentamo-nos e sofremos porque sentimos que por mais despidos que estejemos os outros sempre nos vão vestir com roupas inapropriadas ao nosso sentir.

    Costumo dizer que os poetas são os que escrevem com a alma e o coração e que os poemas mais tristes são os mais belos, isto para te dizer que concordo em pleno com a Laura
    beijinhos ia dizer aos dois mas digo aos tres pois tambem gosto muito da Sol

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    1. Tu escreves com a alma e o coração, e as poetiza.

      Um sorriso e abraço sincero para todos nós.

      Beijinho

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    2. [Sim, também me inclui no abraço, ou seja, abraço-me! :)]

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  3. Como gostava de escrever assim... :(

    Beijinhos

    Ana

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    1. És muito gentil, Ana! Estou convencido de que consegues escrever melhor do que isto. Não pares, não desistas.
      Obrigado!
      Beijinho

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