terça-feira, 21 de outubro de 2014

de onde eu venho



não te apresses a ler-me! 
talvez me faltem as palavras. 
é possível que encontres um adeus 
onde não há tristeza. há renovação. 
o meu caminho é um rio sem fim, 
onde, por vezes, não encontras 
sentido; onde, por vezes, vou 
directamente ao fundo, e esta 
é só mais uma vez… sem drama! 
o horizonte fala-nos de tempestades 
fáceis, perdidas em pensamentos 
com mar e areia e regressos de amor, 
depois de ver… mas nada é tão fácil 
e eu vejo, ao fundo, fundo, o mar; 
redes rotas com olhares vigilantes, 
e adivinho a cidade, num só verso. 
talvez um dia eu volte a esta página 
de pó de sonhos com pó de estrelas, 
mesmo depois do poema se tornar pó 
e não me traga o hoje como eu sou. 
por agora importa o sorriso e sacudir 
do palco o gosto da tristeza.  




[10 de outubro de 2014]

4 comentários:

  1. é isso mesmo, sacudir e apagar o gosto da tristeza.
    e que o dia seja um sorriso permanente.
    um poema muito nostálgico.
    beijinho
    :)

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  2. Saudades de ler os seus poemas. Por vezes, ás vezes, muitas vezes ausência não é sinônimo de esquecimento.

    Sinto-me lisonjeada e, agraciada pela leitura dos seus poemas

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