no parque de santa joana | aveiro | portugal |
o que escrevi na tua pele,
transformou-se noutra coisa.
assim como a tua língua, o teu corpo.
sei o que lá está, mas não consigo ler
o que escrevi e não consigo ler-te.
a nossa língua não se encontra. as nossas
línguas emudeceram os nossos corpos
humedecidos. não podemos reencontrar
aquela versão do amor, neste outono,
e muito menos reinstalá-la na ponta
dos dedos, na ponta da língua, na córnea,
enfim, em qualquer parte dos nossos corpos,
que se diluem na rebentação das ondas
que não sabem trazer o que vem depois,
e onde eu quero escrever-te coisas novas
e incompletas, no teu corpo diferente,
com palavras ordeiramente desalinhadas,
com os
silêncios certos em local incerto.
[o significado do silêncio]
Tenho sentido uma imensa dificuldade em comentar, para além do óbvio anuir e gostar. E gosto, e tanto. E passo sempre para ver, ler e sentir.
ResponderEliminar:)
Bom fim de semana! Bjks
Belo e intenso. Magoado, talvez.
ResponderEliminarBeijos, Henrique. :)
a vida muda, ou talvez sejamos nós que mudamos e o que era deixa de ser, por vezes parecemos os cães correndo ás voltas para apanhar a própria cauda. bjs
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