Procuram-me os dedos e os medos das palavras relutantes,
que se alinham no estertor da linha imaginária, ou lugar-
-comum, do horizonte que a névoa ainda permite, antes
do abraço, o seu humedecido abraço de fim de inverno.
As palavras servem-se da névoa para, primeiro, aderirem
ao rosto e, de seguida, se entranharem na pele e fluírem
pela imprevisibilidade das células, percorrendo o corpo
para florescem, talvez ao sabor de um qualquer acaso,
capricho sanguíneo ou arrepio cerebral analógico. Mas,
o mar abre-se aos
meus olhos, que se abrem ao mar,
e assim fica o
corpo de um sorriso, num dia suspenso,
num colossal estribilho,
entre o cliché do mar, dos olhos,
da abertura e da iminência.
Outra forma serena de viver.
[massivo]