Poderia encher-vos
os olhos com palavras sobre as plantas
e as suas flores, que,
por diligências, artes, engenhos e zelos
camarários, renovaram
a beleza aos jardins, aos canteiros
e aos vasos da
cidade, trazendo uma imagem, desimpedida,
e a esperança, de
primavera. Povoaria as distâncias do vosso
imaginário com as
sementes e os frutos do aroma, do som,
da textura, da cor.
Ocuparia, intensamente, o vosso frágil
corpo, com a luxúria
das raízes de uma melodia erudita,
para vos segurar, final,
firme e inevitavelmente, com e pelos
afectos, no rodopio
emotivo, já fermentado e consistente.
Mas, pergunto-me se
o homem que abrolha junto ao centro
comercial, para aí pedir
sopas, há anos, de manhã até à noite,
bem noite, terá,
por gentileza, uma sopa para mim. Os versos
não têm.
[massivo]
Passam as estações... e as realidades de alguns... não mudam... como a do homem junto ao centro comercial...
ResponderEliminarUm poema que dá que pensar...
Beijinhos
Ana