Não te lembras. Já não te lembras de mim. Lembras-te
de uma certa imagem que constróis como absoluta,
mais propriamente tua, onde já não sou cuidadosamente
eu, ou onde já não vive o meu ralo reflexo, o meu olhar,
ou a ideia que de mim tenho e existe, ao meu curto alcance
de espectador
exilado da pátria dos instintos. Sou, já,
a imagem que o
tempo guarda num inventário de tons
legados pela acção erosiva
da sua passagem e a projecção
num aglomerado de
palavras e histórias que os caprichos
da memória redistribuíram
num puzzle de ruídos e juízos.
Talvez como a
imagem que de ti guarde.
[massivo]
A memória... pode ser precisa... ou ardilosa...
ResponderEliminarMas para quem as tem, revela a verdadeira percepção das coisas...
Ora cá estou estou... tardando... mas não me esquecendo de passar por aqui... :-)
Mais um inspirado momento poético... sempre com um cunho bem pessoal, que aprecio imenso!...
E agora espreitando as últimas novidades... o Novembro... acabarei de ver no fim de semana, sem falta!... Livra! Que o tempo voa...
Beijinhos
Ana
Um sentimento intenso, com vários reflexos, mas escorrido, limpo, abnegado. Talvez, por isso, melancólico, mas, ainda assim, rico de conteúdo e agradável.
ResponderEliminarBjks