segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Saltar da página


Nada me dói mais do que saltar da página, quase a dormir 
e a esquecer o futuro. É quando se ouvem as palavras 
a soluçar e se vê o poema a queimar o poeta, pelas costas; 
é quando os olhos ficam vazios e já não choro as lágrimas 
dos outros, ou as minhas, e apago a luz à poesia, que fica 
entregue aos seus fantasmas ocos, mas estrepitosos; 
é quando me entrego a um tempo que já não me convém. 


 [massivo]



2 comentários:

  1. Fica aquele amargo de boca...
    Bonito, como sempre são os teus poemas.

    Beijos, Henrique :)

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  2. Tal como na vida... às vezes, há que saltar de página... e começar tudo de novo, a partir de uma página em branco... os recomeços... nunca são maus... vem sempre imbuídos de esperança... derrota seria persistir numa página, que nos deixou de dizer algo...
    Adorei passar por esta tua belíssima página...
    Beijinho
    Ana

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