Sonho sob o mistério velado
Com véu de finas memórias por céu
Numa atmosfera de querença e preguiça
Invento recordações que me seguem,
Achado que fala da estiagem e do inocente
De águas-furtadas e de uma antiga liça.
Dispenso o protocolo de um colo
E uma bruma de deleite,
Não há como protelar.
É esta a hora de embalar a vontade
Que já não serve,
A que já não se veste, a que já não se usa
E arruma-la numa despensa, num armário,
Numa arrecadação, num sótão
Ou deitá-la fora.
É o momento de regressar ao corpo
E persistir na vida.
Prosseguir caminho e regressar ao próprio, um olhar para dentro. Entre o embalo /balanço [baloiçar] e o embalar [empacotar] [...será?], para deitar fora o que não tem préstimo.
ResponderEliminarEntendi-o assim e gosto deste "labirinto".
Sim, por aí. Há uma jogo entre as palavras homógrafas «embalar» (embora a utilize uma só vez, mas pode ter várias leituras) e as "quase" parónimas «dispensa» (dispenso, no caso, daí o quase...) e «despensa», para além do labirinto. É um prosseguir caminho, regressar e constância.
EliminarObrigado!
existe esse mistério velado, os véus de Maia e a procura incessante do Ser existe uma linha entre os sonhos sonhados e os sonhos conscientes nesse Ser e não Ser da filosofia
ResponderEliminarbeijinhos
É o âmago do poema.
Eliminar[Vou esquecer o ar pedante e "espantar" a "freguesia", geral.] Os véus de Maia associam-se aos véus de Ísis, como metáforas (veladas) e não só. A procura e preservação do Ser/existência/vida, os diversos tipos de sonhos e a sensatez, discernimento. [Agora mais terra-a-terra] Retorno, limpeza, continuidade e constância (objectiva), com alguns floreados.
Beijinho