sexta-feira, 29 de julho de 2016

: continuação


aveiro - excerto de mural de azulejos | portugal


descasco um fado alegre, 
onde pertenço por afinidade. 
fico um pouco mais neste odor 
sem tentar percebê-lo no tempo, 
sem tentar conter o seu espaço, 
sem querer, ou saber, medi-lo. 
o relógio aponta para qualquer dia, 
numa hora precisa da tarde e sei que é 
tarde. cheira a tarde, sente-se o tarde 
a crescer nas narinas e sal nas salinas. 
é um tarde em flor de sal, odor de tarde. 


 [elipse]


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