terça-feira, 5 de julho de 2016

olhos de ria


aveiro  |  portugal


provei do não e do sim, 
com olhos de ria a erguer imagens de terra 
e, um dia, inventei um poeta doméstico 
para escrever versos lá-lá-lá, 
que acabou a suturar incisões das sombras, 
com uma visão ofuscada de luz. 
noutro tanto construí a cidade à parte, 
parte de uma mesma cidade de ria. ria que fala, 
e arde, quando não lhe entra um pouco de mar 
na brisa ou num intercâmbio de azuis e verdes 
cúmplices. e cresceram poetas no tropel 
do mesmo, em cidades em si. hoje, só blá-blá-blá, 
numa mudez perfeita, ergo a ria dos olhos 
para te ver deitada, a inalar o azul. 


 [elipse]


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