segunda-feira, 8 de setembro de 2014

desfile de naturalidades





o céu enche-se de mar e maresia 
na linha do perfeito horizonte, tão próximo; 
o mar procura beijar as raízes das árvores 
e enche-se de razões de sal e de sons antigos; 
as árvores enchem-se de folhas distantes, 
mas que não se sentem sós, e fogem do mar; 
as folhas enchem-se de letras estranhas, 
de várias cores, tamanhos e formas; 
as letras vão caindo, caladas, sobre o chão, 
formando pequenos grupos de manifestação; 
o chão procura ser o substrato potenciador 
de vida, o rumo certo, mas dorme, sob o céu… 
eu encho-me de céu, de mar, de árvores, de folhas, 
de letras, de chão, de céu… e de intervalos! 
no intervalo, escrevo poemas com o que resta 
e, por vezes, resto apenas eu! 




-inicialmente no paralelo [29 de maio de 2014]

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