sexta-feira, 26 de agosto de 2016

cortesia


a «casa dos arcos» (a primitiva escola de desenho industrial Fernando Caldeira), posterior edifício da antiga capitania do porto de aveiro, actual sede da assembleia municipal e local de exposições - aveiro


deixo que as janelas se definam, que descrevam a estação; 
que o relógio se acerte livremente na enumeração do tempo. 
entro na máquina da vida de onde procede o pão e a água; 
vou, na inevitabilidade e na precisão, para a inexactidão do dia. 
cumprimento a senhora que varre alguns passeios da cidade, 
os passeios onde com ela me cruzo, que só neles vejo, neles 
conheci e só dali conheço. é um desejo sincero de um bom dia, 
de segunda-feira a sexta-feira, os únicos dias que nos encontram, 
e a felicidade de ter um, de volta. ela, sem saber, mais do que 
varrer os passeios, varre-me as palavras e os silêncios, sombrios. 


 [elipse]



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