tropeço num amor, não sei se antigo. houve um tempo em
que era
esse amor a tropeçar em mim, não sei bem há quanto tempo.
parecia-me escrito a lápis, na memória, como que uma
névoa numa
página intensamente amarelecida, não sei se pela simples
passagem
do tempo, ou se pela acção da luz numa longa exposição,
ou se
sempre foi, naturalmente, assim: envelhecida – é um
pormenor.
não lhe encontrei qualquer etiqueta, o que é normal, não
costumo
fazê-lo. com o tempo, as classificações perdem o sentido
e mesmo
aquilo que era desespero, tende a ser, apenas, passado. e
ali estavam
as feições femininas, a crescerem num esboço e cada vez mais
nítido,
cada vez mais cheio de razões. os pontos abstractos a
apontar para outros
pontos mais abstractos, ainda, e a contarem as histórias de
uma terceira
pessoa. histórias que, já nesse tempo, eu não me recordava
de terem
sido exactamente assim. um amor que, se calhar, não era
exactamente
meu.
[elipse]
o tempo vai mudando os pensamentos, ou os pensamentos mudando no tempo, mas o amor quando é real jamais muda no coração, bjs
ResponderEliminarOi Henrique
ResponderEliminarSeus poemas são lindos e eu gosto muito
Desculpe levar um deles sem pedir autorização_ os poetas escrevem para o mundo ,não é?
Esse 'tropeção' é tão comum!
acontece viver esse amor distraidamente.
um abraço grande
E o amor é assim... o verdadeiro, pelo menos... um tropeção inesperado... sem a razão, para nos corrigir os passos...
ResponderEliminarAdorei este tropeção...
Bjs
Ana