os múltiplos cheiros a bafio, vinho tinto e aguardente,
saltam para a rua, em atropelo, como quem foge
dos mistérios dos espaços densamente sombrios
e repletos de infortúnios de ainda mais estranhas sinas;
como se, também eles, exigissem a heresia urgente
do ar da ria. e colidem com o meu corpo instintivo,
para logo se lhes perder o rasto. estão a salvo.
não me detenho nesta parte da cidade, não tenho
ombros suficientes para albergar tantos fantasmas.
por outro lado, vão-me escasseando as forças,
para transportar fardos tão pesados; não tenho
apetência para degustá-los na sua forma líquida;
e a sua forma metafisica suga-me para o seu mundo,
onde se perde o local de carga e o corpo poético
se transforma num embaraçoso e infeliz voo etílico.
[elipse]
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