Colocado o amieiro a deambular pela rua, ou de um lado
para o outro, ou seja, a vaguear exagerado, excessivo;
inventado o poeta, numa certa definição de norte,
ainda com as mãos transparentes, pousado de frente
para a vida e a aguardar o fluxo das palavras férteis:
sorrio, com um gesto rasgado, à espera da superfície
do poema e com o corpo preparado para o provável
impacto. A racionalização, translúcida, incorpora,
solicita,
ao sabor da corrente, uma certa projecção pessoal.
Ocasionalmente, quando os versos avançam, mesmo
com as palavras mais gastas ou as mais velhas, ainda
que sem as palavras mais devotadamente perfumadas,
o poeta toma-nos com formas quase verosímeis de ser,
de ver e/ou de sentir e rasga-nos espantosamente a alma,
garantido a nossa própria e única existência, já não a
sua.
[massivo]
Admirável forma de criação... de um poema... impecavelmente transposta em palavras...
ResponderEliminarApenas admirando... e sem acrescentar muito mais... a tudo o que ficou expresso de forma tão sublime e abrangente...
Beijinho
Ana