O gato atravessa a relva do parque à hora de ponta
do recreio dos cães. Atravessa com sete inseguranças
e sete cuidados; com sete firmezas e sete audácias,
nas suas sete hipotéticas vidas. Quase que rasteja,
com sete olhos nos cães, e sete vezes hesita e outras
tantas se aventura. Todo ele se torna hirto e agilidade.
O gato sabe. Os cães sabem e os seus donos temem
saber. Mas, hoje, o gato tem uma vida para contar
e poderiam ter-lhe voado as sete vidas incertas.
O amor, por vezes, assemelha-se ao gato ou aos cães
deste fim de tarde. Não sei quantas vidas tem o meu
amor, o teu amor; se, no outono, o meu corpo é
o encerramento do céu; se existe um momento ou
um número exacto para a nossa presumível salvação.
[massivo]
o amor pode existir nos olhos que esperam a salvação do gato que corre apressado e mia que hoje foi mais um dia que conseguiu viver, bjs
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