Acomoda-se uma estranha premonição.
O tempo procura-me um conforto incerto,
como quem procura um tesouro, uma dádiva.
E eu perco, sempre, a hora, com a mesma vocação,
que é abandonar a tribo, no meu trivial de tempo:
a duração, a oportunidade, o clima, o movimento,
a divisão do compasso… arrumo o azul do céu.
Ah! Ria, o nosso amor sou eu e pouco mais.
E estamos aqui, inertes, deitados no acaso
de uma cidade, por vezes, tão longe de nós,
num, ainda, fantástico escombro de mundo,
entre mais de sete mil milhões de habitantes
que são mais de sete mil milhões de definições
para um mesmo deus; para um sempre diferente
amor, composto por várias peças e vários destinos.
Uma qualquer coisa mais de sete mil milhões
de vezes desigual, à procura de uma doutrina,
já só vagamente preceito, como uma forma
de prosseguir, a tempo, uma incerta emoção.
Procuro, no rebordo da lua, a nudez inteligível,
o reflexo da salvação da terra arável dos sentidos.
[massivo]
Um fragmento de um tempo... tão relativo, quanto profundo...
ResponderEliminarCriatividade e talento... sempre em alta, por aqui... o tempo todo...
Beijinhos
Ana