Que outono é este, que nos entra, como inverno, pela
página,
a riscar o rebordo dos instintos e a ocupar os espaços do
poema?
Porque não lhe basta minguar a luz do seu interior, o
nosso parco
e exacto exterior, na brevidade do quotidiano reflexo dos
dias?
As suas raízes misturam-se com as nossas, num subterrâneo
afecto,
num impulso brusco que apaga o delírio, já conhecimento
instituído.
Sim, o delírio extinguiu-se, o outono é pleno, os
caminhos são o infinito
cheio de palavras, as folhas perdem-se, antes mesmo de
cair,
e acumulam-se à superfície da lembrança, onde afloras,
perene.
[massivo]
Um poema denso e com um profundo sentido de infinito... e de realidade... que talvez seja o derradeiro delírio...
ResponderEliminarUm poema incrível... mais um!...
Beijinhos
Ana