Volto atrás e abandono a solidão,
Prefiro a exaltação
das palavras pintadas,
Das palavras que
correm ao sabor da mão,
Que preenchem os
espaços de um papel usado.
Os olhares
pacíficos, com os quais não encontro respostas
E com os quais
perturbo as almas tranquilas,
Não ajudam e só
aumentam a curiosidade.
Sem exultação superei
a batalha para além do cabo do medo.
Continuo a
acreditar que todas as palavras possuem máscaras,
Ainda que me
afiancem que não, mesmo as palavras
Mansas.
Que alegria no
reencontro comigo,
Dentro destas
muralhas de sonho e projectos,
Nesta ilha vulcânica pronta a explodir,
Mas prudentemente
adormecida.
Este mundo isola-se
e afasta-se,
Longe vai o tempo
em que se lançavam pontes,
Quiméricas
ligações, de arrojo inocente.
Os enganos trazem a
identificação dos gigantes,
Invenções bélicas
de substância pura
Mas, agora, sabe-me
bem esta felicidade
Espontânea.
Já não me recordava
do gosto das viagens descontraídas,
Desta vontade de
permanecer acordado;
Desta vontade de
contrariar o cansaço e o sono;
Desta vontade de
criar abismos e arrasar montanhas;
Desta vontade de desprender
e tardar;
Desta vontade de
contrariar as leis da física.
Sorria, de forma
tão natural, eu, que já temo ser feliz;
Eu e as dores das
cicatrizes fechadas;
Eu e as linhas de
projectos abertos;
E risco os atalhos
e os desvios para permanecer neste carreiro
Simples.
Ainda me resta
algum tempo, enquanto me preparo;
Enquanto me
encontro sereno e leve;
Enquanto me
encaminho para o fim
E este é o tempo
perfeito para sentir a paz.