Volto atrás e abandono a solidão,
Prefiro a exaltação
das palavras pintadas,
Das palavras que
correm ao sabor da mão,
Que preenchem os
espaços de um papel usado.
Os olhares
pacíficos, com os quais não encontro respostas
E com os quais
perturbo as almas tranquilas,
Não ajudam e só
aumentam a curiosidade.
Sem exultação superei
a batalha para além do cabo do medo.
Continuo a
acreditar que todas as palavras possuem máscaras,
Ainda que me
afiancem que não, mesmo as palavras
Mansas.
Que alegria no
reencontro comigo,
Dentro destas
muralhas de sonho e projectos,
Nesta ilha vulcânica pronta a explodir,
Mas prudentemente
adormecida.
Este mundo isola-se
e afasta-se,
Longe vai o tempo
em que se lançavam pontes,
Quiméricas
ligações, de arrojo inocente.
Os enganos trazem a
identificação dos gigantes,
Invenções bélicas
de substância pura
Mas, agora, sabe-me
bem esta felicidade
Espontânea.
Já não me recordava
do gosto das viagens descontraídas,
Desta vontade de
permanecer acordado;
Desta vontade de
contrariar o cansaço e o sono;
Desta vontade de
criar abismos e arrasar montanhas;
Desta vontade de desprender
e tardar;
Desta vontade de
contrariar as leis da física.
Sorria, de forma
tão natural, eu, que já temo ser feliz;
Eu e as dores das
cicatrizes fechadas;
Eu e as linhas de
projectos abertos;
E risco os atalhos
e os desvios para permanecer neste carreiro
Simples.
Ainda me resta
algum tempo, enquanto me preparo;
Enquanto me
encontro sereno e leve;
Enquanto me
encaminho para o fim
E este é o tempo
perfeito para sentir a paz.
Precisas de perceber as intenções por detrás das acções, das palavras. Precisas de saber o que há por detrás delas. Porque crês sempre existir algo mesmo que mascarado.
ResponderEliminarConcordo com isso.
P.s. Ou talvez não precises tu de nada disto, e seja eu que precise.
Na verdade, também preciso (necessito - quis desmascarar o "preciso").
ResponderEliminar;)
Ou é mania da perseguição mas de há dois dias para cá penso que só vejo máscaras...Deve ser da proximidade do Carnaval. :) Não gosto de mascarar nada, mas talvez devesse...Talvez me protegesse mais. E por vezes odeio-me por não me "cuidar" e ser tão absolutamente simples que chego a ser primária. Beijinho amigo espero que consigas destrinçar as palavras e decifrar tudo o que é "falso" ou velado. Bom resto de dia e perdoa-me se hoje estou um bocado "down" Abraço.
ResponderEliminarAi, Noctívaga! Eu vejo máscaras todos os dias. Uma coisa é a necessidade de protegermo-nos, outra é a invenção, farsa, e que nem é o tema principal do poema. Não estou a "falar" de ti, amiga, nem tenho um destinatário (ou destinatários) específico(s).
ResponderEliminarUm beijinho
Identifico-me em parte com o que escreves, sinto uma necessidade tremenda de sair dos "limites seguros" e aventurar-me. Há imensa coisa por esse mundo fora que ainda não descobri. Se calhar também eu temo ser feliz.
ResponderEliminarBeijinhos
Olá Henrique! vim deixar-te um beijinho e ler-te como é hábito. Espero que estejas bem que tudo esteja calmo. Peço-te desculpa de ter sido um pouco inoportuna a comentar o poema anterior mas não fiz por mal. Um abraço. Uma boa noite. Desejo-te um óptimo dia de amanhã. E um bfsemana.
ResponderEliminar;)
ResponderEliminarOlá, I!
(Suou-me estranho chamar-te Quinteto)
Eu creio que me perco em, e por, palavras, cada vez mais cercado por elas (palavras), num mundo que parece uma ilha demasiado pequena.
Beijinhos
Olá, Noctívaga!
ResponderEliminarNão mal algum para poder desculpar-te.
Boa noite e um beijinho