segunda-feira, 12 de setembro de 2011

De passagem



     O rosto. Um rosto familiar, latente, numa expressão que não consigo descrever. Consegui vislumbrar todo um vulto cansado no reflexo, enquanto lavava as mãos de uma parte do dia.


     De seguida, já só com imagens alheias, passou perto a vulgaridade de um despacho distraído, pairou no ar saturado de odores de iguarias e, por fim, desvaneceu-se pela chegada de outro motivo de meditação. Consegui sintetizar a minha observação. Anotei uma deslocação apressada num sentimento expresso e aclarei alguns sentidos enquanto me deslocava. Próximo, um pardal ardiloso procurava o sustento, para si e para os seus, que não se encontravam muito distantes. A ousadia, o sentido de oportunidade, o sentido prático numa cena tão ingénua e tão calculada.


     Dilui-me na passagem.

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