Outras ruas
Entretanto, corri as outras ruas noutro
sentido.
Descontente, remediadamente, parti de
novo e sem ti.
Sabe-lo bem porque, sem o esconder, a
correr sai,
Não foi importunado, a contragosto ou
aborrecido.
Simplesmente, posso não amanhecer contigo,
Amanheço, muito embora, com a saudade
de te ter.
Sei que, sobre ti e sobre tudo, tenho
muito para aprender,
Mas estar longe, afastado, já é
suficiente castigo.
Cada vez mais, experimento e sinto a
tua ausência.
Como me faz falta a tua indiferença
que, um dia,
Me vai carregar mais do que o aceitável
para a paciência.
Mas agora, hoje, neste momento, estou
possuído pela valentia
De quem ama sem passado, sem sequela;
em consciência.
Albergo a velha trama, fadada, encantada,
melosa e esguia.
Albergaria-A-Velha, 14 de Janeiro de
2001.
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