Deixemos, agora, ou
por agora, as traseiras do poema: a sua forma
de solidão. Também
por ali abunda a relatividade, a subjectividade
e, a seu modo, a
decisão e a indecisão do amor e da própria vida.
Que venham apontar-nos a esterilidade
da deambulação, ignorando
a nossa possibilidade ou
qualquer outra que nos permita seguir
como hipótese ou de ficar à
volta dos mecanismos de identificação.
Poderemos abraçar tudo
aquilo que dura um suspiro, como algumas
pessoas, algumas coisas
e, até, alguns afectos, algumas sensações,
ou o próprio poema;
admirar o mar em circulação, enquanto dilui
as diferenças de cor e o marasmo,
num aparente desinteresse
pela nossa atenção; criar, para além das palavras e dos seus sons
e imagens ou da sua
consolação, formas estáveis e, ainda assim
questionáveis, de existência.
Depois, adormecidas as palavras
e as suas próprias contingências,
poderemos espreitar, por fim,
o nosso íntimo: a nossa
retaguarda.
[massivo]
Além da atenção ao que nos rodeia, da e na solidão do indivíduo que se junta à multidão, constata-se a necessidade de olharmos para dentro, o dentro que transportamos às costas, ou não... Mas resumir o poema a este pequeno comentário parece-me tão pouco, encontro-lhe tantos caminhos....
ResponderEliminarContinuo a ler-te, embora por vários motivos não o tenha manifestado em palavras. Este conjunto «Massivo», está, na minha opinião, muito bem elaborado. Fico com as palavras às voltas :) voltas que me trazem histórias, vivências, sonhos...
Tem um Feliz Natal, Henrique, e um Feliz Ano Novo!
Bjks
A reflexão e a criação... de alguma forma sempre pressupõem um acto de solidão...
ResponderEliminarNo que me diz respeito... tais actos de deambulação... são-me absolutamente necessários...
Um poema profundo e sentido... como é tão característico da tua forma de escrever, que aprecio imenso!...
Deixando um beijinho, e os meus votos de que tenhas um Natal muito feliz, rodeado pelos que te são queridos...
Não havendo novidade, amanhã no final do dia, virei espreitar alguns dos teus posts de Novembro que me escaparam...
Beijinhos! Festas Felizes!
Ana
pois que assim seja, o momento da reflexão e do estar a sós com a nossa criação...
ResponderEliminarbeijinhos
:)