Lembras-te? Ainda te lembras de mim? Não digas nada.
Se te quiseres recordar, toca com os teus olhos nos
versos,
naquilo que sou e não sou das palavras que dizem e não dizem
de mim. Se calhar, dizem e sabem o suficiente para
chegares
a mim. Mas, as palavras não dizem tudo; nem sabem tudo.
E eu, também não sei tudo. Nem tenho todas as respostas,
nem todas as perguntas; nem teria lugar ou desejo para
todas.
E se eu não souber quem tu és? Caberemos um no outro,
ainda assim, num qualquer canto incerto da página?
Talvez o bolso que nos guarda não nos perca, ou perca
devagar. Devagar o suficiente para nos encontrarmos
com tempo para dizer as palavras que não levam tudo,
que não deixam tudo; que não dizem tudo o que temos
para dizer, quando se encontram dois corpos que se amam.
Ontem, guardei palavras num bolso. Palavras que, palavra,
não mais encontrei. Eu perco coisas e pessoas que guardo.
Mesmo quando as guardo dentro de mim, com mil cuidados.
[massivo]
Só te digo... que tens de arranjar mais bolsos!... :-) Para que palavras assim, nunca se percam...
ResponderEliminarAdorei o poema!!!!
Beijinhos
Ana