Sob a superficial aparência de recordação e de vontade súbita,
espreito a parte detrás
do vidro onde sempre pareço estar, 
como um reflexo de
mim, por mais que me mova, por mais 
que o contorne; onde,
por vezes, me vejo chegar, depois 
do poema, como
que uma espécie de poeta a chegar às salinas 
e no seu espelho de água, sob a luz pertinaz do dia, como
se 
caminhasse para o infinito inevitável, por detrás do
vidro. 
Então, deixo passar
as horas. As horas inundam-me na fronteira 
das lembranças, no mar
de névoa que passa e me distrai. 
Passa o sol. Deixo-o
passar, com os seus raios de palavras. 
Mas a tarde está
parada quando passa o rosto do teu nome 
e o céu repete-se,
como as coisas inacabadas ou as memórias. 
 [massivo]
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