Há quem nos ensine a temer a morte,
com vocábulos de um pudor que dá
para noite, sob as asas de anjos ocultos
que afastam barreiras deixando espaços
para, apenas, a imaginação tentar preencher
mais tarde. A vida, assim, adquire um estado
encantatório, uma textura astral, um certo
enlevo aéreo, que só uma qualquer fé
consegue explicar e justificar. Mas a vida
salta-nos de capítulo em capítulo e, no fio
da trama, somos nos mesmos, ao virar da curva,
a tomar caminhos confusos e a decidir, talvez
inconscientemente, os mistérios onde vamos
encalhar o corpo, toda a história e as aventuras.
Um rumo, por vezes impreciso, que nos afasta
da magia inicial, mas onde pudemos relativizar
a inevitabilidade num ponto indefinido que salta
a página para aprender a domar sentidos,
sentimentos e a fatalidade da existência.
Possivelmente, no momento em que nos permitimos
errar, que é como quem diz inesperadamente: o amor.
[massivo]
Como sempre um poema que se desmultiplica numa série de emoções, caminhos e texturas... como só tu o consegues fazer tão bem, através da tua escrita...
ResponderEliminarMais uma belíssima inspiração, por aqui!
Beijinhos
Ana