eu falo contigo sem dicção e concebo recordações
que suplicam até cair e caem sem deixar de ser silêncio
com a promessa de bom tempo escrita no horizonte
eu já vi passar tantas luas sobre estas ruas e ainda
não sei se na cidade se lê o tempo de forma igual
e pelos mesmos sinais que a minha avó me ensinou
a ler na aldeia onde o acaso e o ocaso se fundem
conheço um tamanho na saudade que lê o escuro
na ria que me espelha enquanto as árvores gemem
não sei que tamanho terão os meus disparates
quando os sorrisos florescem deste lado da rua