quarta-feira, 26 de março de 2014

urbe XV




eu falo contigo sem dicção e concebo recordações 
que suplicam até cair e caem sem deixar de ser silêncio 
com a promessa de bom tempo escrita no horizonte 
eu já vi passar tantas luas sobre estas ruas e ainda 
não sei se na cidade se lê o tempo de forma igual 
e pelos mesmos sinais que a minha avó me ensinou 
a ler na aldeia onde o acaso e o ocaso se fundem 
conheço um tamanho na saudade que lê o escuro 
na ria que me espelha enquanto as árvores gemem 
não sei que tamanho terão os meus disparates 
quando os sorrisos florescem deste lado da rua 




8 comentários:

  1. Perfeito.
    suas palavras alimentam nossa alma e deixa nosso dia mais bonito.
    Bela inspiração nasce do poeta Henrique, sempre. Parabéns.
    um abraço

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  2. Se os sorrisos florescem, então, é tempo de alegria.

    Abraço

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  3. Intuitivo como a avó...
    instigante e belo poema...
    Beijos!

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  4. Na caminhada da vida, procuramos sinais para discernir e tomar rumos, atentos ao que nos rodeia, e é quando estamos mais felizes tendemos viver a vida em pleno, com todos os disparates incluídos.
    Estou a adorar esta série urbana, embora não me tenha manifestado muito. Gosto de te ler e sentir. Por vezes é difícil expressar o que sinto.
    Espero que esteja tudo bem contigo!
    Bjks

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  5. Uma linda imagem e sentimentos colocados de forma especial. Abraço.

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  6. uma imagem cheia de sentires e saudade
    talvez nostalgia
    talvez cicatrizes de memórias

    muito belo, o poema e a foto!

    :)

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  7. A ria espelha a alma da cidade.

    Beijinhos Marianos, Henrique! :)

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