sábado, 15 de março de 2014

urbe IV


estação


resgato o verbo amar de uma folha
destacada de outro bloco de empenhos
recordo os trilhos que nunca cruzamos
quando os carris são linhas de palavras
com sentidos que me trazem de volta
fico com medo de ter medo de voar
de cair ao rio sem conseguir nadar
de me esquecer de quem sou
ou do avô que partiu há um ano
das razões que me convenceram
dos sentimentos que não se perderam
tudo resumido em palavras que faltam
num tempo que se esqueceu de florir
é esta a estação onde devo sair




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