quinta-feira, 20 de março de 2014

urbe IX





o sol-poente adormece as flores 
que se recolhem como quem olha 
para dentro à procura de respostas 
pergunto-me se não será a esperança 
como que uma mentira para nós e para 
o mundo muito doente e à deriva no espaço 
no tempo e na dimensão que não prevê estes 
motins de sentimentos sitiados na cidade 
mal definidos por sinais intermitentes 
que impõem que não fiquemos tristes 
como que uma fantasia que criamos 
para cair constantemente até ao fim 
do sentido que é pensar no destino 
dos afectos como fatalidades palpáveis 
num horizonte que está sempre mais além 
eu retiro o dia da estrada para o abrigar 




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