Recordo-me
que és, não me esqueço, também o sou,
E
olho para um horizonte que não me pertence.
De
lado, num lanço que a memória vence,
Importa-me
menos para onde vou.
Descruzado,
ao jeito de uma aparência,
Segue-me
a sombra e a sombra da consciência.
O teu
sorriso ainda brilha na negrura da lembrança.
Há
serenidade na imagem que perdura e guardo;
Que
placidamente emolduro e resguardo;
Que
egoistamente quero só para minha bonança.
Já
não sei se é dor ou se há dor nesta ternura,
Ou se
insistir na memoração é apenas loucura.
Não
alcanço os sons nem concebo o toque.
Há
uma ponte que se quebrou, embora una;
Um
hiato aperfeiçoado pelo tempo de lacuna,
Instituída
na alusão, que viaja a reboque.
O
resto diviso. Uma imagem viva
De
uma presença compreensiva.
Permito-me
alegrar na alegria que perde a gravidade;
Entoar
silenciosamente a melopeia atenuada pela distância;
Arrebatar
e apenas; embeber a antiga e a nova infância;
Celebrar
em festa e sem o travo amargo da saudade.
Sem
atrevimentos discorro no que por aqui me vai,
Em
memória, com coragem, revisito o meu querido pai.
Há sempre algo que une, algo muito transcendente.. que não se explica, sente-se.
ResponderEliminarBeijinho e abraço :)
Olá Henrique! Há e fica em nós sempre o amor mesmo que os nossos pais partam (eu felizmente não sei ainda o que é e espero não saiba muito cedo) mas uma inabalável presença, a gratidão a memória, toda uma vida que lhes é devida e nos deram e por mais tempo que passe a falta que nos fazem parece cada vez maior, não sei se interpretei bem o teu poema mas foi isso que me suscitou. O grande e não quantificável amor de um filho pelo seu pai. Bem hajas por ser quem és Henrique. Um grande beijinho meu amigo bfsemana
ResponderEliminarS.o.l.:
ResponderEliminarE é bom sentir.
Um abraço e beijinho
;)
Noctívaga:
ResponderEliminarÉ esse o sentimento. Obrigado!
Um grande abraço e beijinho