Os pássaros adoram o ulmeiro da avenida.
Brincam, felizes, nos seus ramos alegres.
Ele, por vezes, faz uma brevíssima pausa
na sua caminhada em direcção à ria,
para explicar, às suas folhas, a estrutura
funcional de uma célula de afecto.
Não sei porquê, mas, as suas folhas,
teimam em cair, mesmo depois
de o entender. Por vezes, mesmo antes
do outono, quando a cidade se perde
em mim, à procura dos meus ramos,
do aconchego do meu troco e da firmeza
das minhas raízes. Nesses momentos,
atravessas os meus poemas, onde cai
uma chuva vulnerada, e os nossos
ramos tocam-se, nos soluços, quase
corações, e quase entendemos todas
as solidões. Depois, suspiro e já não
está ninguém, apenas um mundo de mil
partes, o hálito do despertar e a parte
detrás de um sorriso luminoso: cordialidade.
[massivo]
Cordialidade a apaziguamento... adorei esta serenidade que tão bem transpareceu do teu poema...
ResponderEliminarBeijinhos
Ana