Os dias encurtaram, nitidamente, com o crescendo
do outono. À excepção das gaivotas e das pombas,
que em alguns momentos aparentaram possuir toda
a serenidade e todo o tempo do mundo, as restantes
aves deambularam de um lado para o outro como se
tivessem algum dever a cumprir, um afazer permanente
e inadiável, uma urgência constante, enquanto a luz
do dia o permitiu. Pouco mais me resta do dia. À noite,
o silêncio junta-se a todas as aves diurnas e estas são
dissolvidas pela escuridão. As nuvens deixam, apenas,
uma ideia de céu e, quando as janelas se iluminam,
percepcionam-se uns vagos vultos ou a projecção
vazia dos seus movimentos… A vida é o movimento
e é tudo o que com ele fazemos e como o multiplicamos.
Mas, há movimentos sem vida e outros que conduzem
a morte. Também o movimento é relativo e ilusório.
Sorrio com estas inusitadas deduções e não continuo.
O ar entretém-se comigo, o que afasta a sensação
de ser um irremediável poema, a viver numa gaveta.
[massivo]
é bom deitar essas emoções e vivências para o papel, mesmo que fique na gaveta...quem sabe ele um dia não salta e voa por aí....
ResponderEliminarbom final de semana.
beijinhos
:)
Acabei de deduzir... que vou assinalar lá no meu canto... mais umas palavrinhas tuas deste poema... daqui a um tempinho... outras tuas, ainda surgirão antes destas... :-D
ResponderEliminarSe me permitires, claro!...
Beijinho! Bom domingo! Vou agora espreitar alguns dos teus últimos posts, conto vir com mais tempo num outro dia, durante a semana, ver o que tenho andado a perder por aqui...
Ana