Um último clarão de poente, uma estreita remanescência de
luz,
o ponto onde a noite principia o trajecto que já me vela.
Uma
aparente viagem nostálgica, pontuada por um suspiro
definitivo,
que me revela de várias formas e, também, as múltiplas raízes.
A areia sonha longamente este sentimento. A água
espraia-se
devagar, sensível, solidária, para não perturbar o equilíbrio do céu.
A noite encolhe os
ombros e o vento prossegue nu por um funil
de silêncio. O sorriso atravessa os versos, actualiza as
palavras,
define ambos na sua curva impossível de dizer, como um desenho
de afectos claros, de muitas ramificações, a linha que
nos une.
Chamo-te, em sussurro, deste lado do vento, por uma
abertura
intransitável do céu, que o noitibó evitou cuidadosamente.
[massivo]
Um dia que adormece... na vontade de nos acordar por dentro...
ResponderEliminarMais um poema excepcional... para apreciar e reapreciar...
Adorei! Beijinhos!
Ana