Em Aveiro, o outono colhe quase todos os turistas
e faz despontar estudantes por quase toda a cidade.
As casas transformam-se em pequenas arribas da Beira-mar,
a ria ganha um novo hálito e o seu imprevisível caudal
de tempo é relativo. É no outono que a relatividade
é inteiramente exequível; o silêncio ganha uma forma
distinta e absoluta, e pode dizer-se que é, por momentos,
audível. Os dias adquirem a condição de magia que a noite
intensifica e condensa. E, por vezes, embora chova, eu
sou
só eu, a espreitar a parte detrás do horizonte; a procurar
entender a parte invisível do amor, da curva do sorriso,
do brilho do olhar, de um suspiro, da saudade… E perco
a noite por entre os dedos, por onde tu não vais, nem
madrugas; nos poemas que perdem as folhas e o outono;
consumido pela avidez da luz e da languidez do corpo imaginário.
[massivo]
O amor perturba ainda mais num cenário ferido de imensa beleza.
ResponderEliminarBeijos,Henrique :)
É sempre na ausência, que haverá presenças que mais se fazem sentir... pela falta...
ResponderEliminarEstamos todos de passagem, neste imprevisível caudal de tempo, em que tudo é relativo, como muito bem dizes...
Mas as noites... sempre carregam com elas, novos dias... cheios de possibilidades... onde a vida acontece...
Beijinhos
Ana