Hoje não sou lamecha. Afasto-me dos meus dedos,
que são, de forma cerimonial e fortuitamente, os teus.
Não há tempo de mais, os pássaros desapareceram
na tarde indistinta, que se encaminhou para o seu termo,
carregada de circunstâncias e de razões misteriosas,
como ondas, que rivalizam com as de um mar mais agreste.
As árvores, confusas, tão cansadas de andar, já não sabem
ao certo se procuram a justiça do amor, o amor com
justiça,
ou o amor na justiça. Algumas, por fim, limitam-se a
deixar
cair as folhas, para, depois, as percorrerem,
contemplativas,
como se procurassem uma qualquer explicação ou esperança.
Eu sorrio estupidamente, ou seja, sorrio em paz, sozinho,
embrulhado em recordações, algumas que nem existem,
e atravesso a sorte de um bonito poente com abraços.
[massivo]
E há mesmo entardeceres que nos abraçam... e nos fazem acordar por dentro...
ResponderEliminarUm bonito entardecer por aqui... na forma de palavras!...
Passando apenas para te deixar um beijinho e desejar bom fim de semana!... E por estes dias, virei com mais tempo, espreitar por aqui, os teus últimos trabalhos!
Ana