Uma flauta chama por mim, ao longe. Tão longe,
a melodia e a cena pungente dos abraços e dos beijos.
Os morcegos estudam piruetas e segredam-me
que é tarde. É tarde, a noite conquistou o seu espaço,
o seu tempo, a sua imagem de noite; avolumou as sombras,
que, com a sua natural avidez, tragam a cidade, que é,
agora, apenas, um ideal de cidade, onde sou um ideal de
mim.
O ar frio, que me puxa, cheira a ar queimado e as raízes
iluminam-se, confirmando a minha suspeita: não é o mundo,
sou eu que ando ao contrário e piso um céu que, se
calhar, não existe.
[massivo]
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