Eu não quero falar do tempo ou do estado do tempo;
nem das transparências do corpo a imergir na névoa densa;
nem da realidade que tropeça no sonho ou o sonho nela.
Uma aurora sem luz excessiva e os meus olhos têm asas.
Na minha cabeça crescem árvores de raízes enluaradas
e das suas feridas cicatrizadas soam rumores de
aniversário,
ou é, apenas, o som de um ataúde que atravessa os versos,
num espirituoso sobressalto a que chamamos corpo.
Vem, junta-te a mim, aos sons da ria e aos seus cheiros
húmidos. Abrirei o meu peito para te conter, para te auxiliar
na travessia do invisível, uma espécie de solidão do
olhar
e que desaparece, espontaneamente, com o nascer do dia.
[massivo]
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