segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

moliceiro enraizado

  
  

chovem recordações no monte farinha
lembranças imprevistas e abruptas
que ocupam os meus pensamentos
por vezes repetem-se como uma ladainha
mensagens e palavras incorruptas
que não pedem consentimentos
memória de outros e tão minha

reminiscências que se precipitam
em abraços que se protelam
e em gritos abafados e obstados
promessas submersas que se creditam
nas horas que aguardam e se rebelam
chovem recordações de fios rasgados
na noite que fende sobre vagas que militam

numa chuvada de reflexos súbitos de cidade
que se dirigem para a sarjeta das certezas
no ambíguo do afecto que é saudade



3 comentários:

  1. E como dói, a saudade...

    Beijinhos Marianos!

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  2. mais um belo texto henrique, corrosivo na intensidade!

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  3. Por vezes chegam do nada e irrompem como uma tempestade.
    Lindo!
    bjks

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