olho em silêncio nos olhos do meu silêncio 
olhos que olhos têm 
onde se pode ver a praia e o mar 
e beber um paralelismo servido pelo ar
onde o pensamento é apenas um polissílabo 
no sopro longo das horas curtas da ria 
entre um paradigma pudico e tenaz 
vejo nesses olhos uma multidão que me habita 
naquele aperto do instante antes de partir 
aperto que vai em debanda e por antecipação 
com uma vontade própria de quem não espera 
ainda que com as palavras penhoradas 
palavras que se encontram com palavras
aqueles vocábulos em tumulto 
de esboços esquissos 
os vocábulos de projectos em sonhos 
que se cruzam sem se cumprimentar 
e que se cumprimentam a cada cruzar 
onde também vejo a minha paz 
aquela paz criada no decurso de vários anos 
e onde pressinto a intrepidez das suas sombras 
as sombras dos olhos dos meus silêncios
dos meus silêncios à sombra
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