segunda-feira, 16 de junho de 2014

urbe XLI




na construção colossal do quotidiano 
a razão à distância de uma margem 
a acção desenvolvida ou restringida 
os afectos que tonificam e nutrem a energia 
as mãos que colhem e moldam a névoa 
o espaço que pressiona e enruga o caminho 
o formigueiro de audácia oculta da multidão 
a cidade que se ergue cansada nas pontes 
o sujeito elíptico da oração linguística 
o verbo que faz promessas exequíveis 
os predicados à-vontade e patentes no espaço 
os opostos e o reciprocamente que se cultiva 
entre tantas circunstâncias e doutrinas 
aguardam resignadamente o fim do poema 
como quem aguarda o termo da desilusão 




1 comentário:

  1. a resignação não é boa, e quem diz que o terminus é a desilusão?!.
    pode ser tanta coisa!
    a foto é muito bela.
    o poema está impregnado de uma melancolia doída.
    um beijo

    :)

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